O ESPELHO DA VIDA



Olho-me no espelho e concluo que vivi muito e que toda essa bagagem - como se fosse de uma longa viagem - pesa muito. Essa canseira que trago no rosto, tão visível nas marcas que não consigo esconder sob a maquiagem, é poeira da longa estrada percorrida. Me equilibro entre o pôr do sol e as estrelas. Meus pés, já não têm raízes e meus braços, estão cada dia mais parecido com asas.
Desfaço-me de lembranças. O esquecimento levou a metade. As outras, sobrevivem em poemas, versos esquecidos em gavetas, em livros antigos, em um perfume que me traz à lembrança uma tarde de quase verão. Em algumas noites, me espreita a insônia e há um diário inacabado esperando minhas memórias. 
Às vezes, amanheço!
Maria Lúcia Matos.

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