A MULHER DE NOSSO TEMPO



Para se falar em homenagear a Mulher dos tempos atuais, independente, emancipada, dona do seu corpo... é preciso antes viajar no tempo... Ao tempo das gerações de mulheres que chegaram antes de nós, das décadas anteriores aos anos sessenta que passavam do jugo do pai para o do marido e lhes cabia apenas a obediência cega, uma vez que dependiam primeiro de um e depois de outro.
Em seguida vieram as mulheres da geração sessenta/ setenta (onde me incluo) que mudaram tudo:
Não queriam mais ouvir, do pai, que filha mulher não precisava estudar, apenas fazer um bom casamento e que lhes restasse a esperança que o tal marido não fosse violento...
Não queriam mais repetir o modelo de dependência de suas antecessoras...
E foram à luta, mesmo passando a exercer dupla jornada.
Não queriam que a natureza decidisse quando e quantos filhos teriam, mesmo servindo de cobaias para a recém descoberta pílula anticoncepcional.
Não queriam mais o rótulo de "largadas", "separadas", "desquitadas", queriam o divórcio.
Queriam, estudar, trabalhar, viajar, namorar, morar no estrangeiro e, principalmente, tomar as próprias decisões.
A par da emancipação política do País, lutaram por sua própria
emancipação como Mulher e abriram caminho para as mulheres das novas gerações, deixando-lhes como legado a liberdade de ser e fazer, coisa por muitas décadas sonhada.
As jovens mulheres de hoje, quando as veem envelhecidas, caminhando pela rua, não supõem que ali estão as mulheres valentes que levantaram bandeiras, que conquistaram os direitos, ora transformados em lei.
Muito se deve a essa geração de mulheres que ainda hoje alguns chamam pejorativamente de "feministas".

Cika Parolin

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

FILÉ À CUBANA

Resenha do Livro O 11º Mandamento